História do vinho da Idade Média até o Mundo Novo

Seguindo nossa história do vinho, neste post contamos a evolução partindo da Idade Média até o Mundo Novo.

- O vinho na Idade Média

• Os europeus medievais bebiam mais vinho do que nos dias de hoje, por prazer, em comemorações ou como indicação curativa de várias doenças. O vinho ganhou importância com a expansão do Cristianismo, como elemento sacro e tornou-se popular com Carlos Magno que protegeu os parreirais.

• Inúmeras cidades medievais eram circundadas por parreirais, dentro e fora das suas muralhas. Obviamente, a qualidade do vinho medieval não deveria ser tão boa e os consumidores da época possuíam uma língua mais adaptada a um paladar ácido.

• Com uma área plantada maior que a atual, era de se supor que o consumo também fosse muito maior. Em 1991 cada italiano tomava em média 65 litros de vinho por ano. Historiadores demonstram que no século XIV na região de Chianti eram consumidos de 260 a 420 litros de vinho por habitante a cada ano. O vinho da Europa medieval tinha indicações médicas precisas, sendo servido nos hospitais, que muitas vezes cultivavam seus próprios vinhedos como fonte alternativa de renda, que viabilizava o tratamento de pessoas sem recursos. Como o vinho medieval era ácido e quase intragável, nos mosteiros cabia ao mestre cantineiro produzir o bom vinho a partir de técnicas disponíveis na época, como a clarificação com leite, adição de enxofre, entre outros.

 

- Prescrição do médico Catalão (século XIV)

Sobre os aspectos medicinais dos vinhos emulsionados com ervas, escreveu Arnoudus Vila Nova, médico Catalão no século XIV:

“Este vinho tem propriedades maravilhosas. Pode ser utilizado nos piores dias da doença. Amansa a cobiça e seu aroma alegra a alma. Ele dá forças a todos os membros, aplana as veias, e ao lavar o rosto com ele, revela uma bela aparência. Ele aprimora o paladar da boca. Quando se lava a cabeça com tal vinho, os cabelos deixam de cair, além de promover o crescimento de novos.

Sua utilização afasta todas as coisas más, expulsa a melancolia, aumenta a força do coração e conserva a juventude. Talvez o uso contínuo evite a preguiça do corpo, fortifica os dentes e as gengivas, quando se lava frequentemente um tumor com ele, este sara, fístulas e coisas semelhantes secam e curam-se. Quem bebe pão embebido neste vinho terá mais forças nos membros.”

 

- O vinho no século XVII, a aceitação da garrafa e da rolha

A progressiva aceitação da garrafa e da rolha em meados do século XVII, alteraram radicalmente o panorama tornando a atividade vinícola uma atividade financeira importante para os países produtores, visto que alguns vinhos passaram a ser indispensáveis em muitas cortes europeias.

 

- Pasteur

Até o século XIX, a maioria dos vinhos eram consumidos dentro do ano de elaboração, devido às dificuldades de conservação. Pode-se dizer que com Pasteur, nasceu a moderna Enologia, combinação da Biologia e Química aplicadas ao estudo do vinho. A Enologia é de certo modo, a medicina do vinho. O vinho não é elaborado em laboratórios, mas é nele que se estuda, se analisa e investiga as medidas necessárias para conservar a qualidade e prevenir enfermidades e acidentes. É preciso harmonizar a técnica moderna com o respeito à tradição, para se obter um grande vinho.

 

- Século XIX, praga da Philoxera

A partir de 1870, grande parte dos vinhedos europeus foi devastada por uma praga agrícola chamada de Philoxera, que atacava as raízes das parreiras.

A salvação dos vinhedos somente foi possível graças a enxertia sobre porta-seixos de videiras americanas, que eram resistentes a esta praga. (o Chile foi um dos raros países poupados, dada sua condição geográfica).

 

- Implantação de vinhedos no Novo Mundo

No final do século XIX também foi importante a implantação de vinhedos de qualidade nos países do Novo Mundo (América, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia, etc…).

 

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